A coluna de tecnologia do
Jornal da Globo, vai ensinar como se proteger de invasões.
Segura peão que a Conecte desembarcou no interior. Estamos em Agudos, a 330 quilômetros de São Paulo.
Nem os computadores desta pacata cidade estão livres dos mais perigosos ataques virtuais.
Os hackers invadem qualquer rede Wi-Fi.
Mas o que é Wi-Fi?
É sem fio. Wireless, em inglês. Um símbolo escrito "WI-FI" significa
que você está em um hotspot, ou seja, na área de cobertura de uma antena
de rádio que transmite o sinal da internet. Se tiver um receptor desse
tipo de freqüência no seu computador, pronto. Você está conectado. Bem,
isso se o dono da antena deixar.
Mas, se ele não deixar? Será que pessoas estranhas conseguem entrar na rede?
Sim, é ilegal, mas conseguem. Tudo vai depender se o seu Wi-Fi está aberto ou fechado com segurança.
Na farmácia do Sérgio Alcarde, lá em Agudos, não tem remédio que dê conta de uma invasão.
“Tem (informação sigilosa no computador). Dados e arquivo de acesso ao banco ficam ali também”, afirmou o farmacêutico.
Para provar que ele corre perigo, Filipe, Consultor em Segurança
Eletrônica entra em ação. Ele vai invadir a rede e o computador da
farmácia. A primeira facilidade logo é detectada: a rede tem uma
proteção simples: o Wep.
Wep é um programinha de criptografia que esconde toda informação que
entra ou sai do computador pela rede. O problema é que, com o tempo,
descobriu-se que ele não é tão seguro assim.
“Você instala um mecanismo de segurança, só que na verdade esse
mecanismo de segurança é burlado. Então, isso cria até uma falsa
sensação de segurança”, constatou Filipe.
Em menos de cinco minutos, Filipe tem acesso à rede e começa a capturar informações.
“Começou está vendo? Os nossos dados como estão subindo rápido agora”, observou.
Os dados vão para um programa que quebra senhas. O resultado não demora.
“A gente vai pegar, então, esses dados que foram gerados. Ele vai pedir
para gente qual é a rede que a gente está querendo, a gente vai pegar
aqui da farmácia e vai tentar quebrar. Pronto, já quebrou para gente”,
disse o Consultor em Segurança Eletrônica.
Filipe mostra como é fácil roubar informações do computador. Ele faz um
screen shot. É como se ele tirasse uma fotografia da tela da máquina
que acabou de invadir.
“Ele poderia estar conversando no MSN ou mandando e-mail que não queria
que ninguém soubesse. Poderia acessar qualquer coisa”, explicou o
consultor.
Em plena avenida Paulista, nós conseguimos localizar pelo laptop pelo
menos 20 redes sem fio conectadas e, acredite, mesmo este sendo o centro
financeiro do Brasil, quiçá da América Latina, vemos que algumas estão
absolutamente desprotegidas.
São empresas de grande porte que podem correr perigo.
“O risco que as empresas correm é primeiro que você acesse uma rede
wireless desprotegida e, através dela, você consiga atacar ou prejudicar
outras empresas. Também pode permitir acesso a dados confidenciais
dessa empresa que estão sendo trabalhados”, afirmou o gerente de
Desenvolvimento de Negócios de Segurança da Cisco para a América Latina.
É simples minimizar os riscos na empresa ou em casa. Primeiro, é
preciso criar uma senha de acesso à rede: quanto maior, melhor. Segundo:
usar o protocolo de segurança Wpa2, que oferece uma blindagem melhor do
que a Wpa é bem maior que o Wep.
“A maioria dos equipamentos já vêm com esse dispositivo embutido na máquina”, disse o consultor de segurança Daniel Garcia.
O manual do roteador dá o passo a passo para configurar de, graça, o Wpa2.
No Windows 7 e Vista, por exemplo, basta abrir o painel de controle e
depois o centro de rede e compartilhamento. Clicar em "gerenciar redes
sem fio" na barra da esquerda. Todas as redes sem fio detectadas vão
aparecer e, ao lado do nome da rede, entre parênteses, o grau de
segurança.
Se a sua rede estiver aberta ou protegida por Wep ou Wpa, clique com o
botão direito no nome da rede, depois em propriedades. Ali escolha a
opção segurança e modifique o tipo para Wpa2. Pronto. Desse jeito,
ninguém invade o seu computador para cometer crimes cada vez mais comuns
no Brasil.
“É claro que o Brasil está um pouco atrás das outras nações mais
desenvolvidas, porque nós não temos uma legislação específica no combate
a crimes por meios eletrônicos. Nós temos que avançar muito nesse campo
ainda”, declarou o delegado José Mariano de Araújo.
Enquanto o campo está minado, o bom mesmo é se proteger.
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2010/04/aprenda-se-proteger-dos-hackers.html